sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Reflexões de um noivo – Desabafo

Conciliar a vida de comprometido com a de baladeiro hoje não é mais um bicho de sete cabeças, com o tempo consegui aprimorar a arte de elaborar álibis convincentes para facilitar as escapadas noturnas, aprendi também a ser mais cauteloso com os rastros da balada (mensagens de celular, ligações, e-mail, orkut, fotos de site, vestígios no carro, vestígios no cartão do banco...), e o mais importante, apesar de estar fazendo algo politicamente incorreto tento ao máximo ser discreto para não expor a minha companheira a uma situação embaraçosa perante amigos e familiares.
Essa relação entre noivo e “meio solteiro” acaba gerando momentos de crise e grande reflexão como o que me ocorreu a poucos minutos antes de escrever este texto. É complexo pensar que você gosta ou ama uma pessoa, compartilha seus dias, suas alegrias e seus sonhos com ela mas tem com sigo que equivalente a esta felicidade existe outra totalmente incompatível, que se encontra na rua mas que ao mesmo tempo se completam e sem estas o sujeito não consegue viver.
Temos aqui uma relação bomba, o limite entre o amor e o ódio é muito estreito, posso exemplificar isto tomando o caso em que o rapaz e sua companheira vivem bem, fazem planos para o futuro, projetam uma família, vivem um sonho até que o rapaz vê algo que o tira desse transe de conto de fadas (criado e inseminado na sua cabeça pela sua companheira é claro!), e o trás de volta para a realidade, que ele é um homem com um grande futuro, que livre ele pode se locomover pelos quatro cantos do mundo, interagir com diversas pessoas, conhecer lugares novos, aproveitar oportunidades de negócios, conquistar o mundo, ser um nômade se assim ele quiser.
Posto isso vemos que o homem não é só razão mas também é sentimento, poderia ser egoísta e buscar tudo que esse mundo proporciona só que ao ver aqueles olhinhos brilhando ao ver o seu companheiro, os braços abertos e aquele sorriso, não têm como não ceder, dá raiva mas cedemos e entramos novamente no ciclo do “amor”.
Não sei o que a vida vai me reservar, se vou me casar com esta moça, ter casa, filhos, carnês das casas Bahia, o macarrão de domingo com toda família ou se terei coragem para dar um basta e desbravar este mundo, o certo é que enquanto essa confirmação não vem irei continuar conciliando “noivo x solteiro”, equilibrando-me entre o amor e o ódio e extraindo o máximo do que as noites de sexta podem oferecer.
Grande abraço aos guerreiros, lembrando que hoje é sexta, o grande dia da caçada, boa balada e boa sorte a todos.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A satisfação da guerra é individual

Na guerra é raro se ter um soldado combatendo sozinho, geralmente é formado um grupo de soldados para que se protejam uns aos outros e para que batalhem juntos. O mesmo acontece com os guerreiros da noite que juntam seus exércitos e saem para os campos de batalha, entretanto é triste ver um dos seus soldados jogando contra os seus aliados.
Pensando nisso podemos observar que grandes heróis de guerra dos filmes sempre guerrearam sozinhos, talvez até contaram com ajuda de amigos, mas sempre idealizaram e cumpriram seus objetivos por méritos próprios, tais como Rambo, Magaiver, Chuck Norris, James Bond... entre outros que foram traídos por seus companheiros mas não podiam desistir da missão, tinham que terminar a guerra e combateram sozinhos.
Infelizmente este final de semana soube o que é ser traído pelo seu exército. Estávamos no campo de batalha bebericando e flertando, procurando alguma caça para obter alguns minutos de romance quando avistei duas vitimas em potencial, logo escalei um dos companheiros mais habilidosos para efetuar o abate em conjunto, o famoso 2x2. Demos inicio ao ataque com grande êxito, as moças foram receptíveis e tudo se encaminhava para o sucesso da missão quando tive que me retirar por alguns instantes (a vodka me deu uma mijadeira) confiando a guarda das presas ao meu companheiro.
Já fui muito alertado sobre “maldito do homem que confia no homem”, entretanto fui despreocupado mas ao voltar tive minha decepção, o guerreiro escalado estava flertando minha caça e já posicionara a caça remanescente para outro guerreiro - filha da puta – falava eu por dentro enquanto o miserável me dizia que eu tinha perdido a caça, imediatamente dei-lhes as costas e fui para o outro lado do salão.
Neste momento tive uma pequena depressão, recaiu sobre mim uma baixa estima ao ver meus companheiros “atravessando” minha caça – oras onde é que está hombridade, aqueles que deveriam lutar comigo estavam tramando contra mim – sim... precisei de uns 15 min de reflexão até ver a que a justiça tinha sido feita, o guerreiro justo nunca cai, as caças que estavam com eles conseguiram se esquivar e estavam ali, logo a minha frente.
Que satisfação! não tentei o aprouxe novamente nestas mas só de saber que os traidores tinham tomado “toco” já bastara para me encher de forças e ir a caça sozinho e cumprir com a minha missão, gritei para o guerreiro dentro de mim – Vá! Entre nesta pista e ataque a primeira moça que ver pela frente - empunhei minha garrafa de água (sim...água... pois coragem eu já tinha de sobra só me faltava consciência...) e me entranhei pelo salão realizando logo dois ataques sendo os dois bem sucedidos.
Neste final de semana aprendi mais uma lição, não guardarei rancor dos meus companheiros, eles estarão comigo na próxima caçada entretanto não vou deixar que o brilho da guerra se apague por causa de terceiros, a caçada é para todos, guerreiros saem às ruas para bebericar, flertar, sorrir, dançar e se divertir, a missão é individual para cada guerreiro, se um dos soldados não entrar para guerra não há problemas pois eu estarei lá e cumprirei com destreza a minha missão.